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Começando o ano com Dança – II
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[...] As garotas do Terpsí são perfeitas. A criação de Carlota Albuquerque é admirável. Unindo a tradição do teatro à dança, no caso sob a inspiração de Beckett, Quem é? torna-se uma experiência visual e cenicamente impressionante por sua dramaticidade e a ousadia de seus gestos, compondo um quadro contemporâneo magnífico.
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O conjunto de intérpretes é um coletivo uníssono, e a coreografia amplia suas dimensões na cenografia admirável, móvel e inteligente de Paulo Azevedo. As figuras debatem-se nos figurinos de Leta Etges e a iluminação de Marga Ferreira e Clara Luz extraem resultados fascinantes do espaço cênico. Em resumo, o Terpsí nos toca, emociona e entusiasma. Seu retorno deve, por isso mesmo, ser antes de mais nada, a reafirmação da necessidade de sua existência. E nós, o público, lhe ficamos profundamente agradecidos. Afinal, na planície, a duna se afirma: pela dimensão, pela mobilidade, pela novidade, mas, sobretudo, pela seriedade.
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Autor: Antonio Holfeldt
Obs.: com correções, 198?

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